Todo esse trabalho com donzelas e trens está cansando um pouco Eunice, então ela decidiu parar de trabalhar nos personagens por enquanto, e trabalhar um pouquinho na trama principal.
Portanto, pega sua caneta e a coloca sobre a folha de papel chamada rotina principal (main).
Aqui está a trama principal de Tiroteio no Bar do Oeste: Existe uma cidade chamada Sweaty Post. Sweaty Post possui dois salões, um xerife, e cinco causadores de problemas. Existe um vilão homem chamado Maurice. Maurice possui um chapéu preto, um bigode vermelho e um cavalo chamado "Beer Gut". Maurice prefere whiskey Jack Daniels. Mary é uma mulher humana. Ela tem um cavalo chamado "Midnight" e prefere seu whiskey puro. Na nossa história, Maurice começa bebendo whiskey. Então conta a todos quão bêbado está, e então captura uma mulher chamada Mary. |
Aqui está a trama principal de Tiroteio no Bar do Oeste;
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public class Tiroteio {
public static void main(String arguments[]) {
} |
Então o que há de tão especial sobre essa trama? Bem, não é tudo o que se passa na trama principal, mas sim tudo o que acontece atrás das cenas. Quando Eunice criou a cidade Sweaty Post, ela criou (instanciou) um objeto do tipo cidadeOeste. Esse objeto possuía todas as características de uma cidade do oeste padrão (você se lembra dos fichários?). O mesmo acontece com o objeto Maurice e o (me perdoem por isso) objeto Mary. Enquanto alguns traços desses objetos foram especificados no momento da criação dos mesmos, a maioria de seus traços foram especificados nos fichários, ou classes. Isso permitiu a Eunice dizer muito, ao mesmo tempo que só dizia um pouco em sua rotina principal (main).
Então a trama principal de Eunice (rotina) resultou ser somente uma coleção de referências a objetos, que por sua vez, são referências a classes. Isto é, usando metáforas novamente, federalismo literário, com tudo sendo tratado no menor nível de detalhe.
Então quais são os benefícios disso? Bem, imagine que em vez de uma página, o editor de Eunice quisesse um livro de quinhentas páginas. Ou digamos que Eunice decida que o vilão não deveria ser tão cruel. Em vez de voltar à trabalhos tarefa de trocar todas as instâncias de Maurice comendo gatos e enganando velhinhos (ou qualquer outra coisa que pessoas más fazem), Eunice somente necessitaria fazer algumas mudanças no objeto Maurice no momento da instanciação. Ou ela poderia mudar a classe Vilão para ser mais amigável. Ou ela ainda poderia criar uma *nova* classe chamada VilaoAmigavel com alguns aspectos do personagem de Samuel L. Jackson em Pulp Fiction. Ela possui muitas opções; o ponto é que ela só necessita fazer as mudanças em um único lugar.
Mas essa não é a única razão para Eunice escrever seus livros em Java. Ela tem uma clara ideia para o futuro dos livro de Velho Oeste. Ela vê interatividade. E se, em vez de ser limitada à paginas, seus personagens vivessem em objetos e classes, Eunice seria livre para criar uma Sweaty post virtual. Leitores (em sua página web) poderiam solicitar suas próprias ações e seus personagens poderiam responder de muitas maneiras, de acordo com o que está escrito em suas classes. Usando Java, Eunice poderia finalmente trazer o Velho Oeste de volta a vida. E tenho certeza que ela não é a única anseiando pelos dias de latrinas, sangue e poeria.
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